Por Essa Estrada Vamos
Talvez tenha começado com as lojas da Catarina Portas, A Vida Portuguesa. Talvez, não sei. Mas, de há uns tempos para cá, acho que existe um culto da portugalidade. Os portugueses redescobriram o bigode e o galo de Barcelos; o fado e a loiça Bordalo Pinheiro; as tascas de petiscos e o Feno de Portugal. Com a sua estética retro, estes produtos fazem hoje parte do imaginário kitsch de uma juventude que gosta de passear no Chiado.
Não fui passear no Chiado, mas ofereceram-me bilhetes para o concerto dos Oquestrada no CCB* e eu aceitei. Conhecia-lhes a rua que se fosse deles era ladrilhada a rubis ou as dores guardadas em caixinhas. Adorei conhecer o resto.
Há neles uma portugalidade contemporânea, em que o fado se mistura com sons electrónicos e com uns toques de hip-hop. Canta-se em português e em crioulo e em francês com sotaque de bidonville, porque o país faz-se de migrantes, dos com "i" e dos com "e". Ouve-se uma guitarra portuguesa e um acordeão, misturados com um contra-bacia e uma cadeira-bateria.
Tal como diz a última música do CD, há qualquer coisa [neles] que me anima...
* Obrigada, Pedro.
1 Comments:
Sou por esse culto!
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